Sobre o filme "A good Year"

Vi ontem em casa o último filme do Ridley Scott, que gostei muito. Embora duma forma muito encantada, o filme tem uma moral que deveria ser mais vezes seguida por (quase) todos nós. O filme fala da ilusão em que todos vivemos o nosso dia a dia, e da tendência que temos de enganar-mo-nos a nós próprios.

A banda sonora do filme está impecável, misturando clássicos franceses com música mais actual. Essa é outra das características engraçadas do filme, num momento estão a falar em iInglês puro, no momento seguinte em francês, para depois voltarem ao inglês, mas agora com sotaque dos EUA. O Russel Crowe está excelente no papel, bem como os restantes actores.

Outra mistura que se faz no filme é a passagem constante entre Londres, com todos os gadgets e vícios que temos no dia-a-dia actual, com o interior profundo francês, conseguindo assim mostrar o tão superficial são as vidas nas cidades de hoje em dia, e o valor que damos a coisas que se formos a ver bem, têm pouco ou nenhum interesse. A diferença entre a vida do "Max Skinner" na bolsa de Londres, com a sua vida na "Provence" francesa, está excelente, e faz-nos pensar o que é que afinal queremos mesmo da nossa vida.

Os extras estão engraçados com três telediscos do Russel Crowe a cantar. O tipo até nem canta mal, mas faz confusão vê-lo naqueles preparos, se conseguirmos só ouvir a musica até há uma que nem é nada má. Eu na generalidade, gosto bastante dos filmes do Russel Crowe (Cinderella Man, Master and Commander: The Far Side of the World, A Beautiful Mind, Gladiator, etc.) apesar de me ter irritado um bocado a sua postura quando recebeu o Óscar de melhor actor, pelo Gladiador.

Eu costumo ter um gosto especial por filmes onde o personagem principal é um tipo bem sucedido com um bom emprego, um bruta carro, etc. Talvez porque eu gostaria de identificar com esse estilo de vida, ou talvez porque eu gostaria que os outros me identificassem com esse estilo de vida...