quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Filmes do fim-de-semana passado

Como já tinha dito, o último fim-de-semana, passeio-o a bezerrar mo hotel. Pouco mais do que dormir, piscina e umas compras aqui na rua de trás do hotel. E deu também para ver um filme e meio.

Parece mentira mas é verdade, eu deixei um filme a meio, não porque não gostei, mas porque é um filme mais giro para se ver com alguém que goste deste tipo de filmes.

O filme que ficou a meio foi o "Hitchhikers Guide to the Galaxy". Este é um filme completamente nonsense, e por isso é que é mais giro para ver acompanhado. Para nos rirmos que nem parvos. Sozinho não tem metade da graça.

O filme é baseado num livro com o mesmo nome, e conta a história de dois terrestres desde momentos antes da terra desaparecer, e os dias seguintes passados com extra-terrestres. Como eu não vi até ao fim, também não vos posso adiantar muito mais, para além de que um dos personagens ser um robot com intelegencia acima da média, mas maniaco-depressivo.



Para ver este filme, montei um escritório porreiro na banheira. Fui buscar um vidro grosso que faz de tampo de mesa do quarto do hotel, e pus a atravessar a banheira. Depois enchi a banheira com água bem quente e espuma, muita espuma. Por isso também estava quase a dormir, o que não ajuda...

O filme que vi inteiro, foi-me sugerido por dois amigos, o PatriQ e o Biologo. E é realmente um grande filme! O filme chama-se "Tropa de Elite" e é um filme brasileiro na onda do "Cidade de Deus". É excelente. O argumento é baseado em factos reais, e está extremamente bem montado. Os actores são todos desconhecidos, o que torna a coisa mais real, apesar de alguns fracos desempenhos que não fazem grande moça.

É MUITO violento, mas mostra bem a realidade que se vive nalguns sítios daquele país. A história é sobre a polícia de choque que tem de entrar nas favelas para resolver os problemas criados entre os locais, e também sobre toda a corrupção que corre na polícia brasileira. Mostra muito bem como é que se passa esta troca de interesses, e como o problema da violencia e da droga nas favelas não deverá estar resolvido tão cedo.

Gostei bastante e recomendo a toda a gente que não seja demasiado susceptível, porque faz alguma confusão.


Como diria o Biologo, CAVEIRA!!!

De maneiras que estou na Índia… (parte V)

…mais precisamente, descobrindo os sentidos. Chegado a este ponto, e tendo passado o último fim-de-semana a bezerrar no hotel, qual magnata, decidi tentar descrever aqui o que se sente por estas terras.

Aqui, todos os sentidos estão altamente apurados. Tudo é diferente. É todo um novo mundo de sentidos que se abre, mal saímos do avião. Ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas que falei, e/ ou que vieram comigo, para mim, o primeiro grande impacto foi ao nível do tacto. A sensação de humidade/ calor é algo que, para quem nunca viajou para destinos tropicais destes, faz alguma confusão.

Para as restantes pessoas, o primeiro impacto é ao nível do cheiro. Para mim só tive este impacto passado bastante tempo, mais de uma semana depois, o que não foi mau de todo, uma vez que consegui ter uma habituação gradual. A diferença ao nível do olfacto, é das que mais necessita de esforço e habituação. É tudo muito diferente. Aqui exista a “catinga monhé” que é diferente da que as pessoas que como eu costumam ou costumavam andar de autocarro na hora de ponta em Lisboa, estão habituadas. Diferente não quer propriamente dizer melhor. Nem pensar. Diferente neste caso, quer dizer… diferente. Sim, porque o nível de desagradibilidade é bastante grande também.

Uma das alturas do dia em que se sente com mais ênfase a chamada “catinga monhé”, é quando entramos nos carros. Nós, uma vez que somos 7, temos sempre dois carros com motorista à disposição. 24 horas por dia. Geralmente estão sempre a mudar, mas de vez em quando lá há um que faz uma semanita inteira. Então descobrimos que há uns que deitam aquilo a que se pode chamar de “cheiro altamente pestilento”, o banho, ainda não percebemos a que dia é. Se é que existe um dia… E os pobres dos rapazes, para estarem disponíveis 24 horas por dia, dormem mesmo no carro. São tipo caracóis… Andam com a casa às costas. Ou, vistas as coisas de outro ângulo, trabalham a partir de casa… Por isso é que, muitas vezes quando entramos nos carros, está um cheiro difícil de aguentar. Também pudera, um tipo que não toma banho à uma semana, passa o dia a dormir num carro com as janelas fechadas (vá-se lá saber porquê, uma vez tem estado calor de ananases…) o que é que se estava à espera?

Relativamente à chamada audição, é por demais evidente as diferenças que por aqui abundam. Por lado a língua, que com os seus quase 30 dialectos, é completamente diferente do que estamos habituados na Europa. Aqui vale tudo, desde barulhos a misturar idiomas. Não é raro no meio de conversa de locais, conseguir destrinçar uma ou outra palavra em Inglês. Eles baralham isto tudo. Por outro lado, a quantidade de buzinas que se ouvem em todo o lado, são também algo incomodativas ao princípio quando se chega. Depois, já não se acorda com esse tipo de barulhos. Um outro barulho que eu também não estava habituado é o de gralhas. Se Lisboa é a cidade dos corvos (que diga-se em abono da verdade, não me lembro nunca de ter visto nenhum, sem ser na bandeira da cidade… Já pombos… sim, Lisboa devia ser a cidade dos pombos, apesar de eu nunca ter sido presenteado por nenhum pombo em Lisboa, e tê-lo sido em Copenhaga e em Londres…) Escrevia eu, que se Lisboa é a cidade dos pombos, corvos digo, Bombaim (Mumbai para os amigos) deve ser a cidade das gralhas. E só aqui é que eu percebi o sentido de chamar gralha às pessoas que não se calam. É que elas realmente fazem MUITO barulho. Mas como tudo, é uma questão de hábito.

Por falar em gralhas, no outro dia, estava eu muito bem na piscina do hotel, com os olhos fechados, a ouvir o belo canto das gralhas, e a apanhar um belíssimo banho de sol, quando de repente me passa uma sobra de avião por cima. Abri a pestana para ver o que era, e eis se não quando vejo o que para mim na altura me parecia um falcão a fazer-me uma razia que só de pensar que podia ter ficado sem um bife, até me fez tremer. (é que se há alguém a quem apetece comer um bom bife, esse alguém sou eu, e não achava nada bem o sacana do pássaro andar a comer bife de primeríssima categoria sem sequer pagar um tusto. Para isso comia eu…). Mais tarde, depois do “falcão” ter sobrevoado a psicina aí umas 10 vezes, lá me lembrei do nome do pássaro, que não é falcão nem águia (é mais pequeno) mas que agora infelizmente não me lembro do nome…

Outra coisa completamente diferente para os nossos delicados ouvidos, habituados a música ocidental e comercial, não estão habituados a este tipo de música. É muito diferente da música que se ouve pelos nossos lados. Mas dá para reconhecer as músicas que estão na moda, porque tal como em Portugal, passam umas belas centenas de vezes ao dia em todo o lado.

A visão, como seria de esperar, é outro dos grandes sentidos que tem também grande impacto. Tudo é diferente. Desde a cor das pessoas, passando pela maneira de vestir, pelas ruas, pelas árvores, pelo transito em sentido contrário, e pela maneira de falar. É curioso como é que estes senhores dizem que sim com a cabeça. Enquanto que os ocidentais levantam a cabeça repetidamente para cima e para baixo quando querem dizer que sim, e para olham para um e para outro ombro quando querem dizer que não, na Índia, para dizer que não é da mesma maneira, olham para os próprios ombros, mas para dizer que sim, abanam a cabeça como se fossem tocar com as orelhas nos ombros. Ao princípio, não é fácil estar a explicar uma coisa, e eles a abanarem a cabeça (que também indica algum sinal de respeito). Mas depois uma pessoa habitua-se.

Para acompanhar a música que falei atrás, os Indianos têm sempre um teledisco. Até aqui tudo bem, nada de novo. O que é novo, é que todos os telediscos têm o mesmo enredo. Começa com um homem a tentar “sacar” uma miúda, a miúda diz que não, o tipo insiste, ela volta a recusar, depois vem (e aqui é que a coisa diverge um bocado) ou o pai ou o irmão, a tentar defender a honra da filha. No fim, e depois de muito refrão e más actuações a tentar convencer o futuro sogro/ cunhado, o nosso herói lá consegue e miúda. O que é mais interessante no meio disto tudo são as coreografias. Não há uma música que não tenha uma qualquer coreografia manhosa. Agora por favor tentem imaginar o que é aquele enredo, misturado com coreografias de alto gabarito. Espectáculo, é uma alegria para os sentidos.

Fiz uma pesquisa rápida no youtube, e encontrei este que anda a passar muito por cá. Está com má qualidade, mas é curto, que é o que interessa.



Para quem quiser ver/ ouvir mais, basta fazer um search no youtube por music Bollywood.

Outro grande contraste que se vê bastante, tem a haver com os vestidos das mulheres por aqui. A quantidade de cor é uma coisa impressionante. E são cores com uma vida extraordinária. E quanto mais pobres são, mais sujas são as casas e os homens, mas mais cores têm os vestidos. Esta cor faz um contraste brutal com o ambiente à roda. Foi das coisas que mais me marcou. É muito muito giro.





Por fim só falta o paladar. O paladar senhoras e senhores, é o rei dos sentidos. Aqui não há nada que seja feito como na Europa. E quando digo nada, é mesmo nada. Para começar, tudo é picante, se não é picante pelas especiarias que põe, é pela quantidade de cebola. Espero que a cebola faça bem à saúde, porque este bafo que agora tenho, é bom que venha a servir para mais alguma coisa, para além de murchar as flores que os senhores do hotel, amavelmente me põe aqui no quarto. Quando a comida não é picante, o que raramente acontece, a comida tem um sabor estranho, por exemplo, ainda hoje comi um croissant de chocolate que tinha um belíssimo aspecto, mas que tinha um qualquer travo estranho.

Como aqui já tinha dito, nos primeiros dias, nada me sabia a nada, e nada me cheirava a nada. E estive assim contente e feliz durante mais de uma semana. Tudo o que eu comia não me sabia a nada, ou sabia-me a tudo, e por qualquer sítio que eu andasse, nada me cheirava a nada, ou tudo me cheirava ao mesmo. Esta situação levou a algumas situações engraçadas. Primeiro, a eterna piada do “isto é como o melhoral, não sabe bem, nem sabe mal, sabe-me tudo ao mesmo”, e depois uma situação que eu ainda todas as manhãs fico um bocado frustrado. O que se passa é que eu nos primeiros dias (aqueles onde tudo me sabia ao mesmo) ao pequeno-almoço comia sempre um prato de cereais com leite. Os cereais, eram o que em Portugal se chamam de Frosties, não são mais do que os simples KornFlakes, cobertos de açúcar. Uma bela manhã, estava eu a comer os meus queridos cereais, quando noto uma pequena diferença no sabor. Estes eram de morango. Fiquei lixado. Tinha-me enganado nos cereais. Quando fui trocar não havia dos Frosties. Nos dias seguintes também não. Foi então que virei a minha atenção para um senhor alto e com uma proeminente barriga que estava sempre ao lado da porta da cozinha. Descobri que o senhor fazia Waffles. E eu gosto muito de Waffles. A certa altura comecei a ver que nunca mais apareciam os meus queridos cereais. Foi passada aí uma semanita que se me deu o clic. Eu estivera uma semana a comer inadvertidamente os cereais de morango, mas como estava todo entupido, não me sabiam a nada… E no dia em que realmente me souberam a morango, foi o dia em que eu estava curado!

Nota (quase) final, eu não gosto muito dos termos olfato, visão, tacto, paladar e audição, é claro que preferia o cheirar, ver, sentir, saborear, e ouvir, mas achei que ficava melhor com os nomes oficiais.

Li uma vez uma frase do Leonnard Bernstein, que dizia mais ou menos isto: “Quando a inspiração vem, é excelente e corre tudo bem, mas um artista tem de procurar maneira de arranjar maneira de preencher o tempo em que ela não vem, caso contrário poderá ser uma longa espera”

Foi mais ou menos o que tentei fazer aqui. É certo que este não foi o dia mais inspirado, mas mesmo assim, tive de arranjar maneira de escrever qualquer coisa, para não perder o hábito, e a preguiça não ganhar. Sim porque por estas terras de monhés, já são quase 3:30 da manhã, e o pequeno-almoço amanhã acaba às 10.30. A piscina, mais uma vez irá estar à minha espera…

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Tunning Indiano...

Eu já tinha falado aqui do Tunning Indiano, visivel, principalmente nos taxis. Deixo agora aqui duas fotos, uma com o tunning Indiano:


a outra é esta magnífica peça de atrelado, que se vê muito nesta terra:


Se tentarem com força, ainda conseguem ver as luzinhas tipo arvore de Natal que fazem o contorno do atrelado. O atrelado é assim tipo forrada a metal. Muito bonito por sinal. Ou então não...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

De maneiras que estou na Índia… (Parte IV)

…mais propriamente em Nova Delhi, Agra, Jaipur. Pois é, no fim-de-semana passado fomos ver o tão afamado Taj Mahal! Mas até lá muita coisa aconteceu. E depois também…

Mais uma vez marcámos toda a viagem através duma agência de viagens locais a “Make my trip”, que nos foi indicada pela empresa onde estamos a trabalhar. A agência tratou de tudo (ou assim pensávamos nós) e depois de uma grande discussão à roda de como é que iríamos de Delhi para Agra (depois do avião Mumbai-Delhi), onde nós defendíamos que deveríamos ir de avião, mas que todos os locais diziam que era um disparate, deveríamos era fazer de carro, apesar de demorar entre 5 e 6 horas, optámos pela segunda hipótese, até porque era mais barata.

Partimos assim do aeroporto de Bombaim (Mumbai para os amigos) às 6h da manhã, e (como já tinha dito) tudo nesta terra demora uma hora, tivemos de sair do hotel às 4 da manhã, o que fazia uma hora de viagem até ao aeroporto, de maneira a estar 1 hora antes para fazer o check in. Lá apanhámos ao avião da JetAirwais, mais uma low-cost local, e saímos do aeroporto de Delhi por volta das 8, onde estava à nossa espera um motorista para fazer um sight seeing pela cidade, para ficarmos a conhecer, depois levarnos-ia então para Agra (cidade do Taj Mahal).

Como não tínhamos dormido (uma vez que saímos do escritório às 1 da manhã, foi ir para o hotel fazer a mala, ler um bocado para não adormecer, e ir para o aeroporto), mal entrámos no carro, adormecemos todos. Passada uma hora acordamos sobressaltados… e não é que o tipo estava a caminho de Agra?!?!?! Ao que parece não sabia do sightseeing, até nos mostrou o papel que tinha recebido, para vermos que não estava lá nada a falar disso. Mas estava, só que agora já era tarde para voltar para trás. Tivemos de seguir em frente. Delhi já fora… não acredito que consiga ver outra vez essa bela localidade.

Parámos num restaurante de berma de estrada para almoçar e sermos “roubados” pelos locais e seguimos viagem. Chegamos a Agra e lá fomos directos ao hotel por as malas para e conhecer essa nova maravilha do mundo que dá pelo nome de Taj Mahal (Coroa Palácio). Como nos tinham dito que o Taj Mahal era Very Beatiful nas noites de lua cheia, porque tudo brilhava, e no domingo iria ser lua cheia, decidimos deixar a visita para último, começando assim pelo forte vermelho que está lá ao lado.



Fomos buscar o guia que a agencia tinha arranjado que nos queria obrigar a ir visitar primeiro o Taj, e que nunca tinha feito a visita ao contrário. (basicamente só existem dois sítios para ir ver ali, o Taj e o forte e são muito perto um do outro. Cobraram-nos 1.000 merdas indianas (nome que carinhosamente adoptamos para as rupias. E.g. quanto é que custa isto? Ah e tal, 20 merdas indianas). Em números redondos, 1.000 merdas indianas são cerca de 20 €, ou na moeda antiga 4 contos. Que dói a dar, ainda para mais quando víamos que para os nativos visitarem a mesma coisa, custava apenas 20 merdas indianas, ou seja perto de 0,40 €, ou seja, 80 paus.



De qualquer maneira, ficámos a desconfiar que o guia nos ficou com dinheiro, porque os bilhetes que ele nos deu, apenas diziam 500 merdas indianas (m.i) o Taj, e 250 m.i. o forte vermelho, e nunca mais vimos o troco. Pelo sim, pelo não o homem no fim não recebeu gorjeta, ainda ficou a olhar para nós à espera, mas aqui os tugas ficaram firme se hirtos que nem uma barra de ferro a olhar uns para os outros.

Lá visitámos o forte, que é engraçado e tem umas histórias bonitas com o imperador Mongol, que tinha nada mais nada menos que 5.000 concubinas, e 3 mulheres… sem comentários.

E fomos finalmente ver o Taj Mahal. O Taj Mahal é, para quem não sabe, um mausoléu extremamente bonito, mas um mausoléu. Uma campa no fundo. Altamente trabalhado, com um mármore XPTO que não mancha e que ao que parece, abunda por estas bandas. Aquilo meus amigos deve ter dado uma trabalheira a fazer. Uma canseira. Mas que a senhora deve estar a dormir sossegada, lá isso deve estar.

Começámos a visita de dia, onde tirámos algumas chapas da praxe, e conseguimos acabar a mesma visita de noite, então com a famosa lua (quase) cheia, que deveria iluminar o Taj. Quando dissemos isto ao guia ele riu-se e disse simplesmente, de noite? Sim é muito bonita, mas é por dentro, e a essa hora está fechado, por fora vocês não conseguem é ver nada. Dito e feito.



Conclusão, aquilo é muito bonito sim senhor, que vale a pena ir lá ver se se vier à índia, disso não haja dúvida, agora vir cá de propósito… esqueçam lá isso. Mas se vierem para este lado, acho que não se deve perder, porque está realmente bem feita, e tratada. Existem inclusivamente 200 famílias a tomar conta do Taj. Famílias descendentes dos que inicialmente fizeram o Taj.



De referir que o senhor que mandou fazer o monumento, foi mandado internar pelo filho, antes que conseguisse gastar todo o dinheiro do reino. Sim porque aquilo foi feito com tudo o que de melhor havia no reino. Está-me a querer parecer que aquilo custou para cima de 50 contos.



Depois lá voltámos para o hotel Holliday Inn, não sem antes conseguir vislumbrar uma Pizza Hut no caminho, onde parámos para jantar.

Quando me deitei, adormeci imediatamente, acordando cerca de 20 minutos depois, com a guerra do Iraque em festa à minha porta. Só ouvia era barulho, barulho de foguetes, de tambores, do Tony Carreira cá da terra. Era um estardalhaço tal que eu julgava que o mundo esta em cuecas, pronto para me sujar todo com uma valente diarreia. A sério, nunca ouvi tanto barulho junto. O barulho durou cerca de 2 horas, tendo os foguetes continuado a acordar-me ritmadamente durante mais 2 horas. Acho que lançavam um a cada 5 minutos. No fundo, acho que estavam lá fora a ver se eu me passava dos carretos e desatava a praguejar palavras à janela coisas que nem eles nem eu tínhamos ouvido, ou sequer imaginado que existiam. Mas não, mantive-me firmemente na cama. Afinal não estava na minha terra e não os podia mandar fazer barulho para a terra deles...

No dia seguinte descobrimos que era uma qualquer festa de muçulmanos, que decidiram reuniram-se todos naquela noite, continuando no dia seguinte… (raios os partam).

Acordámos e fomos visitar mais umas ruínas, uma terra chamada sicrit, que é engraçada mas não tem nada de mais. O que valeu, foi esta visita ter proporcionado a minha primeira viagem de ricxó (ou tuc-tuc se preferirem). Lá coubemos os 5, e o tipo desligou aquilo na descida. Íamos largados. Gostei! Foi uma emoção diferente. Fazia lembrar quando eu era mais pequeno e punha-me a fazer descidas de bicicleta sem travões… acabava todo raspadinho. Bons tempos.



Saímos largados para Jaipur, que ao que consta é também uma bela localidade, embora, apesar de termos pago mais um sightseeing, também não conseguimos ver nada, porque a m… da festa muçulmana continuava, e tinham fechado as ruas para passarem as procissões, com as suas grandes esculturas feitas de papel e que são mais feias do que a Odete Santos acabada de acordar (ou, sejamos francos, a qualquer hora do dia).



Sendo assim ficámos parados no transito (o tão famoso transito indiano, que já aqui descrevi) para cima de um tempão. O Motorista que já de si não era muito falador, e que nós já não gostávamos muito, estava agora piurso, porque estava farto, de todo aquele movimento. Foi então que aconteceu a desgraça (pelo menos até agora foi a pior) desta viagem de 5 semanas à Índia)

Estamos finalmente a andar numa rua com poucos carros, quando de repente, eu que vinha no banco do meio (era um daqueles carros com duas filas, como nós éramos 5, ia um no lugar do morto, dois no meio e 2 atrás) só ouvi o tipo que ia no lugar do morto a gritar: CUIDADO. Só tive tempo de olhar para a frente e ver ele a desviar a cara para trás, e um esguicho amarelo a saltar para cima do vidro, ao mesmo tempo que eu ouço um barulho assim assustador. Conclui que tínhamos atropelado um porco (podia ter sido outro animal qualquer, mas não sei bem, talvez por causa da cor do líquido, pensei no porco, pensando bem até podia ser por causa da falta que me está a fazer comer uma carninha de porco ou de vaca….).

Conclui mal! Perguntei o que é que se tinha passado, e a resposta foi a que eu não queria ouvir. Tínhamos acabado de atropelar uma criança que se tinha atravessado à frente do carro. (como já expliquei, nesta terra, toda a gente se atravessa à frente de toda a gente).

Passado um bocado lá ganhei coragem para perguntar o que é que era o líquido que tinha visto. Ao que parece o miúdo tinha qualquer coisa na mão, tipo fruta ou assim, e foi isso que voou. A sensação é má. E não tinha sido eu a atropelar o miúdo… A sensação piorou, quando vimos que o motorista se estava a preparar (ao que parecia) para se ir embora. Foi então que fomos rodeados por cerca de 50 locais. A querer tirar o motorista para fora do carro, e a querer tirar a chave da ignição.

O homem sai do carro e lá consegue acalmar os ânimos, a criança entretanto estava ao colo do pai, ou de algum adulto. Trancámo-nos imediatamente dentro do carro. Senti então a pela primeira vez o que um macaco deve sentir no jardim zoológico. Era tanta gente a passar e a olhar para nós…

Passada uma hora, lá volta o motorista. Ao que parece ele deu 5.000 m.i. à família do miúdo que o levou para o hospital mais próximo.

Nota: Eu a pouco tempo antes tinha visto um prédio que deveria ter cerca de 2 andares, e não teria mais de 20m2 de terreno, com todas as janelas abertas, o qual eu diria que deveria ser um restaurante abandonado, se não fosse as letras que tinha por cima da porta. Aquilo dizia Hospital. Se foi para ali que o miúdo foi, as minhas preces estão com ele. Estão e estavam, porque o que eu rezei pelo miúdo quando aquilo aconteceu…

Depois lá conseguimos ir embora, mais transito, não conseguimos ver mais nada de jeito, para além dum elefante. E fomos por as coisas ao hotel. Quando voltámos, o motorista recusou-se a levar-nos a jantar, apontou-nos simplesmente para uma Pizza Hut ali ao lado, mesmo apesar de nós termos-lhe mostrado um papel com um nome dum restaurante indicado pelas pessoas do hotel. Insistimos, mas não deu em nada.

De maneiras que passadas 24 horas lá estava eu a comer outra vez uma pizza de peperoni, com uma cerveja KingFisher a acompanhar.



Depois ainda passámos numa loja para regatear um bocado e fomo-nos deitar, para apanhar o voo de volta na segunda e ir trabalhar. No fim, e para acabar em beleza, o avião ainda esteve a sobrevoar Bombaim (Mumbai para os amigos) durante cerca de 1 hora.

E foi assim que eu não conheci Delhi e Jaipur, mas vi o Taj Mahal. É caso para se dizer, quem ficou Mahal fomos nós.

(confessem, estavam desejosos que eu fizesse esta piada estúpida e recorrente. Ou tinham esperanças que eu a tivesse evitado?)

Há tipos que são claramente uns visionários:

"Claramente os mercados vão voltar a subir e pode ser este ano"

Diogo Cunha, administrador do Banco BIG acredita que "os mercados vão voltar a subir e pode ser este ano" (...)

in Jornal de Negócios

Sem comentários!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

De maneiras que estou na Índia… (parte III) (Updated)

…mais precisamente, no trânsito! Como alguns devem saber, o trânsito na Índia é dos mais doidos do mundo, senão mesmo o mais doido. Dentro da Índia, há ainda uma cidade que é pior que tudo. Essa cidade não é nem mais nem menos Bombaim (Mumbai para os amigos), a cidade onde estou a passar as 5 semanas mais… diferentes da minha curta existência.

Vou tentar descrever, dentro do possível, como é que funciona o trânsito por aqui. Mas por favor ter em atenção que qualquer coisa que aqui for descrita, não consegue passar a totalidade da realidade que aqui ocorre todos os dias, a toda a hora, a todo o instante.

Em primeiro lugar há que referir que o Indiano adora buzinar. Não é possível estar nesta cidade mais de… 5 segundos sem ouvir alguém a buzinar. (e olhem que estou a ser optimista nos 5 segundos). Aliás os indianos orgulham-se bastante de ter uma pintura na parte traseira dos carros a dizer “HORN OK PLEASE”, mais de metade dos carros diz isto na traseira. Já percebi no entanto que a buzina serve como espelho retrovisor dos outros, ou seja, as pessoas não precisam de ter retrovisores, para isso, estão as buzinas de toda esta malta… Sendo assim a maioria não tem espelhos retrovisores exteriores, e os que têm, usam-no de maneira diferente da nossa…

Para começar, qualquer rua com 1 faixa de cada lado, passa imediatamente a uma rua com faixa e meia para cada lado na melhor das hipóteses, ou então para uma rua com 2 faixas de cada lado. Uma rua com 2 faixas de cada lado, já é uma rua com possibilidade de pelo menos 4 carros de cada lado. Para tal, os carros têm de andar tão juntinhos, tão juntinhos, que um ocidental normal julga sempre que é desta que os carros vão bater. Mas o que é facto é que é raro isso acontecer. O que acontece geralmente é carros avariados na berma da estrada, o que ajuda sempre a complicar ainda mais o trânsito, mas batidelas não é muito costume. É claro que acontecem, aliás, estranho seria se não acontecessem… É então para ver se o carro está longe ou perto (ou seja se está a 1 ou a 5 cm do carro do lado) que servem os retrovisores exteriores. Estando estes bastante mais inclinados para dentro e para baixo do que os ocidentais.

Mas nem só de carros vive o trânsito indiano. O que não falta aqui são: bicicletas, motas, ricxós (ou tuc-tucs como quiserem), peões, carrinhos de mão e atrelados (sendo que os atrelados, são carrinhos de mão mas ao contrário). Para não falar nas vacas sagradas que cirandam por tudo quanto é sítio, parando indiferentes onde quer que seja, no meio da rua, do passeio, etc.

Aqui nesta terra deve ser o único sítio no mundo onde as motas são um transporte familiar. Consegue-se ver famílias inteiras em cima duma mota, pai, mãe e dois filhos… Já vi também 5 jovens (o que eu gosto da palavra “jovens”…) em cima duma mota. Quanto a capacetes, isso é só para alguns, mas uma coisa é certa, nunca existem dois capacetes numa só mota, o(s) pendura(s) nunca tem capacete, o piloto, tem às vezes.

Toda esta mistura torna tudo muito mais giro, porque se sabe o que é que vai acontecer a seguir. Já vi coisas que nunca imaginei, por exemplo, no outro dia, ultrapassámos um carro, e quando íamos a voltar à nossa faixa, estava lá um pano… O carro que ia à frente estava a puxar o carro que ia atrás com um pano agarrado aos dois carros. É lindo! Outra cena gira, foi um dia em que um motorista dum ricxó (ou tuc-tuc como quiserem) estava a guiar e a empurrar outro com o pé! Claro está que o pé estava descalço! (tenho a ligeira sensação de já ter contado esta história aqui antes). Por aqui, há uma grande percentagem de pés descalços. Ontem no aeroporto, estava um homem vestido de branco, com o cabelo branco, de sandálias com os dedos de fora. Pelo aspecto dos dedos e das unhas, o homem deve ter andado descalço nos últimos 125 anos. Eu acho que nunca vi tanto sarro junto, é capaz de ter sido o mais arrepiante par de pés que eu alguma vez vi, tive a nítida sensação de já ter visto uns pés parecidos, mas mais arranjadinhos num dos filmes da trilogia do Parque Jurássico. Voltando aos ricxós (ou tuc-tucs como quiserem), eles são sempre guiados com pelo menos uma mão no volante (a outra sabe Deus onde está), com um pé descalço no pedal e com o outro pé descalço e imundo debaixo da perna, a apontar a palma suja e porca para qualquer transeunte mais incauto que por ali tenha o grande azar de deitar o olho. Estes veículos à primeira vista levam 2 pessoas mais o motorista, mas isso é à vista dum Europeu maluco, porque os indianos são capazes de encontrar ali a módica quantia de 15 lugares mais motorista. E mais uma vez estou a ser reservado… Aquilo, acho que leva tantas pessoas como uma carruagem do metro de Lisboa.



Uma coisa curiosa que se vê muito quando se está no trânsito é a quantidade de lixo que se acumula nas bermas. E ao mesmo tempo a quantidade de gente às quais lhes dá uma súbita vontade de fechar a pestana, e se deita ali mesmo onde está, enrosca-se bem, e dorme a merecida sesta. Não há cá um deixa-me aqui encostar aqui que está mais abrigado, ou à sombra, ou resguardado, ou escondido. Não, é mesmo ali no meio do passeio, no meio da rua… faz muita, mas mesmo muita confusão. O nível de pobreza é grande, muito grande. A quantidade de barracas é assustadora, e tomar banho ao lado dos carros a passar é uma cena normal nesta cidade. Acho que se faz de tudo na berma do passeio. Um barbeiro só precisa duma cadeira. Já vi mais barbeiros nestas terras em 15 dias, do que em Lisboa onde vivi quase 30 anos. Eles estão em todo o lado a qualquer hora. Alguns têm um espelho e tudo. Mas isto tudo no meio da rua.



Já apanhei valentes sustos no meio do trânsito. A quantidade de vezes que eu achava que ia bater em alguém, não têm conta. Os carros aqui são velhos, e parece sempre que não têm travões. Mas o que é facto é que como são velhos, fazem mais barulho, e por isso parece que vão mais depressa do que aquilo que realmente vão. E os tipos são peritos em desviar à última hora. E mesmo que se desviem os dois, desviam em sentidos diferentes, o que é extraordinário. Eles lá se entendem com as suas buzinadelas, mas eu é que não me estava a ver a arriscar dar umas voltas a guiar por aqui. Quanto mais não seja, porque por aqui guia-se ao contrário, ou seja, pela esquerda, o que torna tudo ainda mais excitante. Nós costumamos dizer que a feira popular comparada com uma volta aqui, é para meninos. Ainda por cima o nosso motorista é meio avariado da moleirinha, e gosta que nós estejamos a hora nos sítios, de preferência antes de tempo, às vezes parece que vamos chegar ao destino, mesmo antes de sairmos da origem, tal não é a rapidez com que ele nos leva.

Outra coisa engraçada por aqui são os táxis. São todos iguais, e são pelo menos do tempo em que ainda não havia carros sem ser de mudanças no volante. São amarelos e pretos, e muitos deles têm o que costumamos chamar de tuning indiano. Que ou são luzes azuis dentro do carro, ou uns “templos” que os tipos arranjam para por no tablier. Acontece também muito haver táxis com os dois, ou mesmo o próprio templo ser de luzinhas coloridas. Templos são aquelas cenas que os indianos adoram, tipo a cheeva, ou o homem com cabeça de elefante.

As mulheres que guiam devem ser menos de 20, e nenhuma delas guia táxis. Aliás, na rua vêm-se à volta de 1 mulher para cada 50 homens. Das duas uma, ou não existem ou estão fechadas em casa. Mas o que é um facto, é que segundo “costumes locais” os homens andam muito de mão dada, ou com o braço em cima um do outro, como se fossem novos amigos, na primeira classe. Mas a mim não me enganam, já ouvi chamar de muita coisa, agora de costumes locais… estão a querer enganar quem???

Existe também outro tipo de veículo bastante comum por estas bandas que é o chamado “Goods carrier” que são grande camiões que transportam de tudo, e que são muito coloridos, e dizem sempre em cima “Goods Carrier”. Muitas vezes, vêm-se estes camiões carregados, e em cima deles, vêm-se uma catrefada de homens a dormir, a conversar, a fazer o que for, descalços claro está. Eu só penso: vai uma travagem mais forte e… já foste.

Semáforos? Sinais de transito? Qué lá isso pá genti? Isso só serve mesmo como mais um sítio onde um homem pode mudar a água às azeitonas. De resto… assim à primeira vista, não estou a conseguir imaginar uma outra utilidade para este tipo de aparelhos. É só uma questão de ir metendo o nariz. Passadeiras? Esquece, o melhor é mesmo não parares, ou então arriscas-te a ficar lá os próximos 15 minutos, com a quantidade de pessoas que estão para atravessar.

Por tudo isto e por muito mais, é que eu tenho algum medo da notícia que veio na semana passada que a Tata quer democratizar o carro, conseguindo fazer um (o chamado Nano) por cerca de 1.700 €. Se a moda por aqui pega, eu não quero cá voltar daqui a 2 ou 3 anos… é que se isto já é a loucura que é com os carros que há, quando qualquer pessoa puder ter um Nano, eu não quero pensar como é que ficará…


Existem vários filmes no youtube, com filmagens do transito em Bombaim (Mumbay para os amigos), deixo aqui dois exemplos, mas para ver mais, é só fazer uma pesquisa por traffic in Mumbay, que aparecem logo dezenas deles...






PS - Desculpem a qualidade das fotos, mas não preparei fotograficamente para esta crónica... melhores fotos virão. Espero!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

I am Legend

Estive ante-ontem a ver o I am Legend com o Will Smith. O filme é um facto, tem dos melhores banners da história do cinema, adaptado a cada um das grandes cidades do mundo, onde claro está aparece Lisboa.











Acho que o filme está muito bom, os cenários (tal como os banners) estão bestiais, e apesar de ter muito poucas personagens, logo, os diálogos são também poucos, a história está extremamente bem contada.


Em conversa com o meu amigo pintor, cehgou-se ao tema das metáforas. Descobrimos pelo menos duas no filme. Primeiro, nem sempre aquilo que julgamos estar a fazer para bem, tem esse efeito. Pode vir a ter um efeito completamente contrário, o que nos leva a pensar bem nas consequencias das nossas acções. Por outro lado, as pessoas transformam-se em autênticos monstros à conta do dinheiro, e este é capaz de ser o ponto central do filme. Não está mal pensado não senhor, ó pintor, voce é bem capaz de ter razão.


De resto o Will Smith está brutal no filme, a actuação está excelente, não deve ser nada fácil fazer um filme, onde quase não tem personagens para contracenar, e tem de mostrar todas as emoções (e são várias) só com a expressão, ou a falar sozinho. Os flasheback estão muito bons, fazendo com que se vá descobrindo o passado, e o que aconteceu à humanidade, e mais particularmente à família dele.
Recomendo.

A resposta da TAP...

Exmos. Senhores,

Fazemos referência ao comentário que nos enviaram por ocasião da vossa viagem no voo TP359 entre Londres e Lisboa no dia 2 de Dezembro, a que dedicámos a nossa melhor atenção.

Porque zelamos pelo cumprimento dos horários estabelecidos e transmitidos aos nossos passageiros, fazendo todos os esforços no sentido de manter a operação dentro do previsto, lamentamos a experiência negativa decorrente da irregularidade verificada. Neste caso, por razões operacionais relacionadas com serviços de tráfego aéreo não foi possível garantir a rota prevista para o voo em causa, pelo que mesmo cumpriu o percurso Londres Heathrow/Porto com ligação a Lisboa no TP1983 de 2 de Dezembro.

No sentido de garantir que são tomadas todas as medidas necessárias para evitar atrasos no seu transporte ou no da sua Bagagem e, nos termos do artº 9 das Condições Gerais de Transporte (C.G.T.) – disponíveis, para consulta, em qualquer do nossos escritórios e no nosso site (www.flytap.pt) – poderá a TAP Portugal alterar a rota de um voo, num período de tempo razoável e, transportá-lo para o destino indicado no seu Bilhete através dos nossos serviços ou dos de uma outra transportadora, ou através de outro meio e classe de transporte em que acordemos, sem qualquer encargo adicional.

Lamentamos, no entanto, a percepção negativa com que ficaram do serviço prestado pela TAP Portugal no atendimento que lhes foi prestado, aquando do atraso do voo em questão. Lamentamos a situação que nos descreveram e aproveitamos para informar que as observações foram remetidas para o departamento responsável, para apreciação e acções tidas por convenientes.

Cumpre-nos ainda informar que, devido ao local de parqueamento da aeronave, distante da aerogare e de acesso restrito e condicionado, não nos foi possível cumprir com os respectivos tempos de entrega da bagagem no aeroporto de Lisboa.

Solicitamos-lhes, assim, que aceitem o nosso sincero pedido de desculpas, aproveitando esta ocasião para os informar que estão já em curso diversas acções para minorar as actuais limitações da aerogare.

No que diz respeito ao reembolso do bilhete devido ao atraso do voo, informamos que, de acordo com as C. G. T. supra mencionadas, só quando o atraso for de, pelo menos, cinco horas e decidir não viajar no voo atrasado, deverá a TAP Portugal oferecer o reembolso, no prazo de sete Dias do preço total de compra do seu Bilhete para a parte ou partes não efectuadas da viagem.

Apesar da consciência de estarmos a cumprir, integralmente, as nossas responsabilidades contratuais, estamos totalmente disponíveis para quaisquer esclarecimentos adicionais que ainda entendam como necessários.

Esperando que o próximo voo com a TAP Portugal venha a ser totalmente satisfatório, aproveitamos esta ocasião para lhes apresentar os nossos melhores cumprimentos.

Inês OliveiraFale Connosco. Talk to us.
TAP Portugal

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Fotos de Goa




De maneiras que estou na Índia – Parte II

…mais propriamente em Goa. Toda a gente com quem eu falava dizia que se vais à Índia, tens de passar por Goa. Assim fiz. Durante a última semana, estivemos a trabalhar e a tentar preparar a viagem a Goa com uma agência de cá (Indiana portanto) chamada Make My Trip. Marcámos a viagem, os transferes e o Hotel.

Comecemos pela viagem. Uma vez que só temos um fim-de-semana por semana (que acho que por princípio, isto está mal, deveríamos ter um fim-de-semana, sim senhor, mas por dia, que é para não cansar muito) temos que aproveitar tudo quanto podemos. Surgiu assim a ideia de apanhar o primeiro avião de sábado, uma vez que estando nós a trabalhar até às 23h, 24h de cada dia, não nos dá oportunidade de viajar logo na sexta-feira, dá é para virmos na segunda-feira de manhã. Sendo assim, marcámos o avião para as 6.30. Mas temos de lá estar pelo menos uma hora e meia antes, e para lá estar a horas, temos de sair do hotel pelo menos outra hora e meia antes… Sendo assim teríamos que sair pelas 3.30. Nós na sexta acabámos de jantar era 1 da manhã. Conclusão, como é óbvio foi directa.

A companhia aérea, não só era Indiana como era Low Cost. Meu Deus, onde é que eu me meti… Low Cost Indiana. (Se tudo correr bem até ao fim das cinco semana, estou tentado a fazer uma ou outra t-shirt com dizeres tipo: Estive 5 semanas na Índia e sobrevivi, ou então: Andei numa Low Cost Indiana, e estou cá para contar a história…)

Meus amigos, tenho a dizer-vos que a Duncan (a tal companhia aérea) é capaz de ser melhor que a TAP. Pelo menos em termos de pontualidade, rapidez e assistência ao cliente, isso é de certeza. O avião era novo. Todo pintadinho, cadeiras impecáveis, tudo arranjado por dentro, sem aquele cheiro manhoso a brise, que os aviões nacionais têm sempre, como quem já fez 300 viagens de seguida, e como não têm tempo para arejar o veículo, passam brise a ver se disfarça. A única questão é que não tinha refeição (mas tinha uma garrafita de água Kingfisher (marca da cerveja oficial do país) bem catita.

Até aqui tudo bem. Chegados ao aeroporto lá estava o nosso guia/motorista com o nosso nome para nos levar ao hotel no seu jeep Toyota (Nesta terra só há 3 marcas de carros, a saber, Toyota, Tata e Honda) tudo o resto são peanuts. O transfer correu bem, de tão cansados que estávamos, foi tudo a dormir durante a hora que se demora entre o aeroporto e o hotel. (uma coisa curiosa é que aqui tudo demora uma hora. É o voo que demora uma hora, é a viagem até ao aeroporto que demora uma hora, tem que se estar no aeroporto uma hora antes, etc, etc, etc)

E pronto, foi no hotel de Goa, um tal de Marple Hotel, de 3 estrelas, que eu comecei a ter uma incontrolável vontade de ir para a minha rica casinha. Não por causa dos meus filhos e da minha mulher não senhor, mas por causa da nojeira que aquilo era… Muito mau. Eu tenho a nítida sensação que o hotel não muda os lençóis dos quartos desde que abriu, ou mesmo antes… Tal era a quantidade de nódoas na colcha, e o encardido das almofadas. Não tinha banheira, era daqueles onde se toma banho directamente para o chão. E não é que as inteligências, penduraram a mer… do papel higiénico mesmo ao lado do chuveiro. Se depois do banho quisesse largar o esquilo, ia limpar o traseiro com papel humedecido! Ou melhor, com bocados de pasta de papel.

E é aqui que entra outro momento alto do hotel. Eu confesso que sou um bocado menino da cidade quando toca a este tipo de coisas, chamem-me o que quiserem, mas seu sou assim e não me importo, e por isso antes de me sentar, para além de fazer a caminha em redor do tampo, pego num valente bocado de papel e esfrego violentamente o tampo, para não ter surpresas desagradáveis depois de sentar o real traseiro. Até aqui tudo bem, o problema foi que eu com a minha curiosidade mórbida, decidi virar o dito papel para mim. E foi aí que me deu o vómito seco… senhoras e senhores, acho que naquele momento, um qualquer olho destreinado, conseguiria ver as paredes do meu estômago, tal não foi a abertura originada pelo vómito… Isto tudo, claro está, apesar de o tampo ter uma fitita a dizer que tinha sido devidamente desinfectado. Esqueceram-se foi de dizer que tinha sido desinfectado em 1755.

Lá consegui fazer o que tinha a fazer sem virar o barco, e escusado será dizer que dormi vestido e com uma t-shirt a fazer de fronha.

Acho que a única coisa boa do hotel, foi terem-nos deixado fazer o chekin às 8.30 da manhã. Só de dois quarto, o que já não era mau de todo, e deu para bater um choco, na cama do quarto do mê chefe. Agora já posso dizer que dormi com o chefe… Era mais agradável dizer que tinha dormido com a chefe, mas eu não sou homem para fazer dessas coisas. Ainda ponderámos bastante se haveríamos de esquecer o “Money issue” e reservar um qualquer hotel de 5 estrelas tipo Marriott ou o Leela (Cadeia de hotéis de luxo na Índia).

Acordámos por volta do 12.30, e decidimos ir à praia, perguntámos no hotel as direcções e decidimos ir a pé porque parecia perto. E era de facto, mas o caminho era mau de mais. Tudo pobre, com mau aspecto até lá chegar. Quando lá chegámos, voltámos para trás. Porquê? Imaginem uma praia estilo costa da Caparica, cheia de ciganos. Mas quando digo cheia, é mesmo cheia. Magotes deles, a tomar banho vestidos, a passear, a pescar, a beber… etc, não havia lugar para sentar o pandeiro. Voltámos para trás, nesse dia o almoço limitou-se a uma 7up e umas lays… bem catita.




Lá perguntámos por uma praia menos povoada, e fomos levados por um taxista a uma praia bem catita, mas CHEIA de hippies e vacas (e não, não estou a falar nas mulheres dos hippies, estou mesmo a falar nas tão famosas vacas sagradas). Passámos lá a tarde. Demos uns mergulhos bem catitas, à vez para ver se não desaparecia nada, primeiro os homens depois as mulheres, que diga-se em abono da verdade, têm sido uma seca desmedida (atenção que são coleguinhas de trabalho e não a minha rica mulherzinha).

Comemos ainda uns maravilhosos camarões fritos com batata frita e a tão aclamada cerveja Kingfisher (que tem o mesmo nome da companhia aérea, uma vez que foi o pai das cervejas que deu ao filho os aviões porque este não tinha nada para fazer), depois vieram também uns magníficos calamares. Só eu e o chefe. Bem catita, ainda tirei uma ou outra chapa porreira como podem ver.


Saímos da praia já era de noite, ainda estava lá o taxista à nossa espera, que nos levou a um Night Market. Bem catita. O curioso é que 75% das pessoas eram ocidentais. Tanto os compradores como os vendedores. Tipos que ao que parece, largaram tudo e foram para ali viver, qual ermita, a viver do próprio trabalho. Vendia-se tudo. Desde roupa a sushi, passando por chá a especiarias. As cores eram fenomenais. Experiência muito engraçada.



No dia seguinte de manhã, lá voltou o Vicent (guia/ motorista) para nos levar a fazer o city-tour. Passámos por igrejas e templos, que o tipo não conseguia explicar o que era. Ele tinha ido apenas a uma aula, portanto não sabia escrever/ ler, e falava mal inglês. O sonho dele era ir para Londres, e para tal tinha pedido ao pai para pedir o passaporte português, uma vez que este era descendente de portugueses, para ele depois também pedir, e assim conseguiria ir trabalhar para Londres. Tinha 35 anos, e acho que mal chegasse a Londres, seria completamente… não sei bem o que é que lhe aconteceria, mas não me parece que fosse bom.

De qualquer maneira, conseguimos ver a Igreja principal de Goa, e a Igreja onde está o corpo do São Francisco Xavier, que ao que parece continua em bom estado, apesar de estar a diminuir de tamanho. Coisa estranha.

O ponto alto, foi quando fomos visitar a Spice farm. Uma quinta com todas as arvores e plantes de especiarias que possamos imaginar. Muito giro, ver o caju, a noz-moscada, o gindungo e a canela, entre outros. Aqui a visita dava direito a almoço. Não se comeu nada mal. Caril de camarão, arros, papri, ananás como eu nunca comi antes e claro está mais duas Kingfisheres, que uma pessoa destila andar por aqui. Quando estávamos a sair, descobrimos que o carro tinha um pneu furado. Apareceram 12 pessoas para ajudar a mudar o pneu, e sem contar connosco os 4. Ao que parece o pessoa é bastante prestável, tudo no chão a ajudar, até que o carro descaiu, e caiu do macaco. O Vincent tinha-se esquecido de travar. Lá mudaram aquilo e seguimos caminho. (De referir que quando estávamos a chegar, ao estacionar, o tipo mandou uma porradona com o para choques de trás num passeio, que meus amigos, aquilo doeu só de ouvir…)

De tarde fomos a uma praia muito simpática, desta vez mais vazia, pelo menos para o lado que nós fomos, onde encontrei um “casal amigo” que sabia que também estava em Goa, e estava a tentar encontrar desde sábado. Foi bem bom, encontrar alguém com quem se tem mais proximidade. Obrigado amigos, foi bom ver-vos.

Á noite fomos jantar, acabadinhos de sair da praia, a um restaurante indicado pelo Vincent, o “Delhi qualquer coisa que agora não me lembro”. Que ao princípio parecia perigoso, mas depois até correu bem. Mais uns camarões fritos, com pão de alho e uma sopa de tomate. De regresso, estávamos a andar muito bem quando começamos a ouvir um barulho estranho, o carro também com um andar estranho, Mas o Vincent, nem pestanejava, até que passou uma mota, que chamou a atenção. O pneu que tínhamos trocado, estava de novo em baixo. Então não é que o Vincent tinha trocado o pneu pelo velho?!?!??! Ainda hoje não percebi como nem porque, mas o que é facto é que ele voltou a por lá o velho…e escafiou-o todo.

Deixou-nos no hotel manhoso eram umas 23h, mais uma vez dormir vestido. E passou lá a apanhar-nos eram 4.30, para o nosso voo às 6.40. desta vez tudo correu bem. Mais uma vez o avião sempre a horas, e nem dei pelo voo, adormeci, e nem acordei com a aterragem. Coisa que não acontecia desde que saí de Lisboa. Tanto em Londres, como em Mumbai, e em Goa tive dores inacreditáveis na nuca. Mas doi à séria. Petardões de força.

E foi assim o meu fim-de-semana cultural. Para o próximo a ideia é visitar o Taj Mahal. Ainda estou renitente, mas de facto é uma oportunidade única na vida, e as aventuras, apesar de custarem na altura, depois até são engraçadas, quanto mais não seja, para por aqui no blog e os meus filhos lerem daqui a uns anos.

Da próxima vez que me perguntarem se fiz a tropa, a minha resposta vai ser:
- Tropa? Isso é para meninos, eu estive 5 semanas na Índia, em que um dos fins-de-semana, foi em Goa. A tropa é para meninos… do coro!!!!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Uma noite a relembrar...


Jantar de Natal com os "adeganus", em minha casa. Foi a única fotografia que se tirou... (e foi passado uns dias).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Curto esta música!



Ao que parece faz parte da banda sonora dum filme "Once" que parece estar a fazer sucesso.

Gostei

De maneiras que estou na Índia…

…mais precisamente em Bombaim (Mumbai para os amigos). A viagem fez-se bem. Em executiva está-se sempre bem . Viemos via Londres pela BA. Os voos foram a horas o que é extraordinário tendo em conta a minha última viagem a terras de sua majestade… (Por falar nisso, tenho de por aqui a resposta da TAP (no meu entender, vergonhosa…)

É verdade que eu já não escrevia aqui no estamine, vai para cima dum tempão. Por isso agora tenho de me desforrar, e quero ver se começo a fazer um género de diário, com algumas falhas de certeza, mas a tentar relatar as coisas mais interessantes que por aqui se vão passando.

Começando pelo princípio. A viagem correu bem, consegui ver dois filmes, a saber, a versão original do Ratatui, e o Blood Diamond.



Vamos por partes, o primeiro já tinha visto grande parte, na versão portuguesa, porque a minha filha adora aquilo e passa a vida a pedir para pormos a dar o Ratatui. O filme na minha opinião é excelente! Está feito com um cuidado extraordinário. Os movimentos do rato são espectaculares, e a história está engraçada e extremamente bem contada. Recomendo a qualquer pessoa este filme, dos 1 aos 100 anos, macho ou fêmea. Está simplesmente genial!



Já o Blood Diamond, tá quieto… Gostei bastante do filme, mas é duma violência extrema, tanto visual, como emocional. Está muito bem realizado, os actores estão excelentes, e eu que nem gosto especialmente do Leonoardo di Caprio. Acho que ele nunca fez nenhum papel de jeito, que marcasse, acho que não tem grande presença. Mas acho que está bastante bem neste filme, apesar de o personagem não ter assim uma presença marcante, também acho que não era suposto ter… E por isso mesmo ele está bem no seu papel. É um filme não recomendado a menores e a pessoas mais sensíveis. Mas um booooooom filme.

Em chegando à Índia (que é uma expressão que me apraz bastante “Em chegando…”) ao que as pessoas que estão comigo me disseram, havia um cheiro estranho no ar. Eu é que não o consegui cheirar, porque fiquei com uma bruta constipação antes de sair de Lisboa, que ainda não me consegui recompor. Acho que agora já passou a sinusite, o que é deveras chato, uma vez que …. Aleija nojolhos! Mais tarde vim a perceber que para além de não cheirar, também quase não tenho paladar. Sabe-me tudo ao mesmo, apesar de a comida ser extraordinariamente condimentada, que é como quem diz, picante! Mas eu estou a gostar, apesar de me saber tudo ao mesmo. Aliás, isto já se está a tornar uma piada recorrente, alguns exemplos:

- Então, isso está bom?
- Não sei, sabe-me tudo ao mesmo…

- Já provaste isto?
- Já.
- E que tal?
- Não sei, sabe-me tudo ao mesmo.

- Achas que aquilo é bom?
- Acho que sim…(enquanto penso: faço lá ideia, sabe-me tudo ao mesmo...)

Já está na história da viagem. Isso, e o extraordinário barulho que faço enquanto me assoo violentamente a ver se deixo de ter esta dor na zona das maçãs do rosto, e das sobrancelhas (dois descritivos que gosto bastante também: maçãs do rosto e sobrancelhas), é chato, incomoda os coleguinhas, mas… tem de ser, não tem outra hipótese, por isso os meninos que se aguentem à bomboca.



Estou no Taj Mahal Palace and Tower Hotel, que é bastante conhecido, e um dos melhores de Mumbai. É bom, mas sinceramente estava à espera de melhor, é que nem um LCD tenho no quarto, mas só uma televisão à antiga. Não se faz. Tem canais simpáticos, tipo HBO, SONY, AXN, etc. Mas sempre que chego ao quarto no fim do dia, está a televisão ligada no primeiro canal, que emite continuamente um documentário sobre o hotel, que é muito, mas muito sinistro. É de arrepiar entrar no quarto escuro e ter a televisão ligada com um tipo indiano a falar… Vicissitudes da vida.

De referir que eu estou a trabalhar com o mesmo horário que em Lisboa, o que torna o jetlag ainda maior. Vamos cá passar 5 semanas, mas acho que o jetlag vai durar todo esse tempo. Mesmo agora, enquanto escrevo, são 21:21 em Lisboa, e são 2:50 aqui. O relógio só serve mesmo para baralhar. Por isso o que fazemos é tomar o pequeno-almoço o mais tarde possível, isto é entre as 10 e as 10.30 locais. Depois ou piscina (como hoje, ehehehe) ou vai-se dar umas voltas pela cidade. Ainda temos de ver, ainda estamos no princípio. Às duas começamos a trabalhar, e não almoçamos, comemos algumas coisas que os nossos amigos monhés nos vêm trazer, e que dá para aguentar até mais tarde. Pelas 19h (locais) vêm trazer o jantar. Tenho a dizer que tenho a almorroica de fora. Mais uns dias transformo-me numa grande almorroica com um pequeno Maichel lá dentro… O que não é bonito, mas são os chamados ossos do ofício.

Hoje (quarta-feira) por acaso fomos convidados pelos nossos amigos para jantar numa casa toda pipi, que a empresa tem e onde costumam levar os clientes para tomar algumas refeições mais… de negócio, pelo que só trabalhámos da parte da manhã. Ó que xatice! Comeu-se muito bem, mas a mulhanga abunda! Eles tiveram a simpatia de quase não por picante na comida. As miúdas que estão connosco, não gostam de picante… estão a sofrer… ehehe. Ontem vieram-nos entregar umas pizzas da Pizza-Hut para o jantar. Elas estavam todas entusiasmadas. Até verem na caixa: Pizza-Hot – Guaranteed Hot. E pronto, lá se foi toda a esperança de comer uma comida mais ocidental. Eu tenho a dizer que gostei da pizza, tinha pimentos e era bem boa.

Uma curiosidade que eu achei brilhante, mas que só funciona no Inverno, por causa da alteração de hora Verão/Inverno em Portugal, é que é bastante fácil sabermos a hora do outro pais, basta para isso fazer as contas. Estou a brincar! Também podem fazer as contas, tem um fuso horário de GMT + 5,30. Mas mais fácil que fazer as contas é virar o relógio ao contrário. Tem é de ser de ponteiros, porque se for digital, esquece, não funciona, ainda não percebi foi porquê!

Eu antes de vir confesso que estava um bocado apreensivo, mas depois pensava no meu sogro, nos meus tios (o meu pai graças a Deus nunca teve de ir) que passavam anos no ultramar, e em cenários de guerra, sem falar nem notícias da família. Eu aqui, consigo falar e ver com quem estou a falar, sem pagar absolutamente nada. E viva o Skype! É realmente espantoso. Se quiser falar para casa ou para o telemóvel, também posso, custa apenas 0,02 cêntimos ou 0,2 cêntimos por minuto respectivamente, o que não me parece ser um grande custo. O problema é que tenho de ter Internet, o que é verdade no escritório, mas não é tão fácil no Hotel. Aqui tenho de pagar, no escritório tenho os outros coleguinhas a ouvir as minhas conversas lamechas com os meus filhos e querida mulher. Nem tudo são rosas, e este afastamento é realmente o que mais custa nesta viagem toda.

Já cheguei a uma conclusão que me está a ajudar. “Não vale a pena pensar muito”, e isto é valido para tudo:
Não vale a pena pensar muito no que estamos a comer,
Não vale a pena pensar muito no transito que vamos apanhar,
Não vale a pena pensar muito que ainda faltam 4 semanas e meia,
Etc, etc, etc,

Ajuda a passar.

Por falar em tráfico… eu já estive em Itália, mas isto é outro campeonato, que falarei noutra altura, talvez com fotografias se conseguir. Fica só aqui um cliffhanger: Vi hoje um taxista a guiar o seu táxi, e com um pé a empurrar outro táxi… Inacreditável!!! Ah o pé, claro que estava descalço, como a maioria dos pés nesta terra.

Bom, vou-me deitar que já se faz tarde.